Registro raro mostra animal em extinção fora de seu habitat natural, em cidade do RJ
Uma onça-pintada, símbolo da biodiversidade brasileira e o maior felino das Américas, foi registrada na Serra da Concórdia, em Valença, no Médio Paraíba, Rio de Janeiro. O fato traz otimismo para a conservação da Mata Atlântica, um dos biomas mais ameaçados do Brasil. A presença da espécie, classificada como criticamente em perigo no estado, sugere que os fragmentos de floresta que sobrevivem à devastação histórica podem estar se regenerando. As informações foram publicadas na edição deste domingo, 8 de dezembro, do JORNAL O GLOBO.
Presença histórica em meio à regeneração florestal
O registro recente, confirmado por armadilhas fotográficas e vestígios como pegadas e fezes, reforça a possibilidade de sobrevivência do felino na região. Segundo Rodrigo da Silva Santos, que documentou a onça pela primeira vez em 2020, o animal parece utilizar a mata secundária como área de travessia, aproveitando a diversidade de presas naturais, como pacas, porcos-do-mato e tatus.
A Serra da Concórdia, composta por propriedades particulares, parques estaduais e municipais, oferece um habitat parcialmente restaurado após a degradação causada pelo ciclo do café no século XIX. A mata que agora cresce sobre antigas pastagens demonstra a resiliência do bioma e a importância da conservação contínua.
Impactos ecológicos e econômicos
A onça-pintada desempenha um papel crucial no equilíbrio ambiental como predadora de topo da cadeia alimentar, controlando populações de outros animais e contribuindo para a saúde da vegetação e produção de água. Além disso, sua presença pode alavancar o turismo sustentável, como já ocorre no Pantanal, onde a observação de onças movimenta milhões de dólares.
Especialistas, como o biólogo Izar Aximoff, têm intensificado os esforços para registrar e proteger a espécie na Serra da Concórdia. Ele alerta, no entanto, para a ausência de fêmeas, um sinal preocupante da dificuldade de reprodução da espécie na Mata Atlântica.
Desafios para a conservação
De acordo com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), a onça-pintada perdeu 85% de seu habitat original na Mata Atlântica, sobrevivendo em apenas 2,8% do bioma. Hoje, restam cerca de 300 indivíduos em populações isoladas, o que aumenta o risco de extinção local.
A origem da onça de Valença permanece incerta, mas sua aparição simboliza um “pedido de ajuda” da Mata Atlântica. A proteção dos fragmentos de mata e a ampliação de áreas protegidas são essenciais para garantir a sobrevivência da espécie e a regeneração do bioma.
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4 comentários
É o mais lindo felino que já viemos fotos e tv,sou apaixonada pela onça pintada!
São justamente os endinheirados que constroem mansões, redutos nessas áreas, sejam artistas, atletas e políticos
Onça pintada no Rio de Janeiro ? Duvido
Ja apareceu em Petrópolis chiado já comeu animais em sito como que esta aí foi a primeira