Gato branco com ferimento grave no olho, possivelmente esporotricose, no Cascatinha, Nova Friburgo.

Quando a dor dos animais vira empurra-empurra: SEBEA e Vigilância em Saúde em rota de colisão em Friburgo

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Moradores denunciam surto de esporotricose em gatos já com contágios em humanos, pedem ajuda da SEBEA, e dizem que secretaria se esquivou e transferiu responsabilidade para outro órgão

O anúncio feito pela Prefeitura de Nova Friburgo em setembro sobre a contratação de uma clínica veterinária 24h para atender animais errantes em emergências gerou expectativa na população. A promessa era clara: cães e gatos em sofrimento, vítimas de atropelamentos, maus-tratos, em situação grave, em debilidade seriam socorridos de imediato.

Na prática, porém, relatos de moradores mostram uma realidade diferente — marcada por negativas de atendimento, repasse de responsabilidades e divergências internas entre órgãos municipais.

Caso em Cascatinha

Na última semana, uma moradora do bairro Cascatinha entrou em contato com a Secretaria de Bem-Estar Animal (SEBEA) para pedir apoio diante de um surto de esporotricose em gatos que circulam pela região. A doença, segundo veterinários, causa feridas graves nos animais, compromete a saúde e é considerada zoonose transmissível a humanos.

Apesar do caráter de urgência, a solicitação foi negada. A orientação recebida foi procurar a Subsecretaria de Vigilância em Saúde para buscar medicamentos, sem que houvesse encaminhamento formal da própria SEBEA.

Repasses de problemas à Vigilância em Saúde

O EcoSerrano tomou conhecimento de que, na semana passada, houve uma reunião entre a equipe técnica da Subsecretaria de Vigilância em Saúde órgão e o Secretário da SEBEA. O objetivo foi esclarecer quais situações cabem à SEBEA e quais são atribuições da Vigilância em Saúde.

Segundo apurado, a Vigilância estaria incomodada com o repassar frequente de casos problemáticos por parte da SEBEA, gerando sobrecarga e falhas na resposta ao cidadão. “Os esclarecimentos foram feitos, mas, ao que parece, não surtiram efeito”, disse uma fonte.

Ao ser procurada pela moradora, a própria Vigilância em Saúde reforçou que atua em casos envolvendo humanos, e não animais. Ainda assim, informou que uma equipe iria até o local para avaliar a situação, mas destacou que a responsabilidade inicial era da SEBEA.

Um detalhe curioso chamou a atenção da população: os gatos doentes circulam justamente em frente a uma academia com fortes ligações do Secretário da SEBEA, o que aumenta as críticas da população quanto à inércia da secretaria diante do problema.

Divergência entre discurso e prática

O posicionamento oficial da Prefeitura contrasta com os relatos. Nos comunicados divulgados, a orientação é que moradores não atuem por conta própria, mas acionem a SEBEA ou o Corpo de Bombeiros para resgatar animais e encaminhá-los à clínica contratada.

Na prática, porém, moradores afirmam que a secretaria se isenta de atuar em casos complexos, deixando cidadãos sem apoio e expostos a riscos.

Risco coletivo e cobrança por respostas

A situação é ainda mais preocupante porque já há confirmação de pelo menos dois casos de esporotricose em humanos na cidade, com suspeitas de novos contágios. Especialistas alertam que a demora no atendimento pode agravar tanto o sofrimento animal quanto o risco de disseminação da doença na comunidade.

A população agora cobra respostas: afinal, quem é responsável por atender animais errantes em situação de sofrimento? E como será garantida a integração entre SEBEA, Vigilância em Saúde e a clínica contratada para que a promessa da Prefeitura não fique apenas no papel?

O Portal EcoSerrano entrou em contato com a SEBEA e a Subsecretaria de Vigilância em Saúde solicitando nota de esclarecimento. Até o fechamento desta edição, as respostas ainda não haviam sido encaminhadas.

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1 comentários

Ivaniuza Dutra Leal Christo 3 de outubro de 2025 - 19:35

Acho que o secretário da subea tem correr atrás pois foi digitado para esse serviço e ganha para isso então todos da subea tem que resolver pois se já tá passando para as pessoas o prefeito tem que tomar medidas.

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