Por que é necessário fazer a obra de drenagem no Centro?

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Entenda como o processo de urbanização modificou as condições de infiltração do solo, reduziu a capacidade de absorção da água da chuva e aumentou risco de alagamentos

As enchentes em Nova Friburgo são um problema crônico na cidade. O município tem a característica que lembra a de um vale, uma área de baixa altitude cercada por áreas mais altas, como montanhas ou colinas. Por esse motivo, além de outros, o município é uma das cidades que mais chove no Brasil, de acordo com uma pesquisa feita pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB).

Após a Tragédia de 2011, o que era “comum” se tornou um transtorno ainda mais perigoso e corriqueiro. Basta apenas uma pancada forte de chuva e, alguns minutos depois, dezenas de ruas estão alagadas em toda a cidade. Um dos problemas mais emblemáticos é a Rua Farinha Filho que, em praticamente todas as vezes, basta chover um pouco mais forte e a via fica totalmente alagada.

Diante deste problema, o governo do Estado, após conversas com a atual gestão municipal, liberou a verba necessária para fazer a tão sonhada obra nas galerias pluviais para ampliar a capacidade de escoamento da água da chuva. A obra, complexa, é dividida em diversas etapas e, por isso, algumas vias cruciais para o funcionamento do trânsito na cidade precisaram ser interditadas. Um pequeno preço a se pagar para a resolução – que espera-se ser definitiva – do problema.

A obra de drenagem e ampliação da rede de captação de águas pluviais no centro da cidade, está estimada em cerca de R$ 15 milhões. O projeto prevê a captação das águas pluviais desde os bairros mais altos, como Braunes e Bairro Suíço. Ao todo, serão executados 1.286 metros de drenagem nesta obra.

Mas por que é importante essa obra?

Os bairros residenciais mais próximos do Centro da cidade têm tido um aumento considerável na construção de novos prédios, casas e condomínios. O reflexo? O processo de urbanização trouxe consigo a modificação das condições de infiltração do solo pela impermeabilização, decorrente do uso e ocupação do solo por edificações, estradas, praças, ruas, etc. Assim, a área de infiltração das águas pluviais diminui consideravelmente, ocasionando um aumento dos volumes de escoamento superficial.

Para minimizar estes volumes, tradicionalmente são construídas redes de drenagem em algumas áreas, visando direcionar a água até um local de descarga. E é isso que consiste na obra que iniciou na Rua Augusto Cardoso, em outubro do ano passado e agora avançou para a Avenida Alberto Braune.

O crescimento, em tese, desenfreado da construção civil reduz a área verde na cidade e incide na falta de capacidade do município em absorver a água da chuva. Desse modo, o sistema de redes de drenagem de água pluvial foi desenvolvido e desempenha um papel importante para o ciclo do saneamento, com impactos positivos nas bacias e no dia a dia das cidades. Exemplo disso é a época de chuvas. Com a impermeabilização do solo, a água não é absorvida, então ela precisa escoar para algum lugar, do contrário, há grandes riscos para a população, como alagamentos, enchentes e até deslizamentos de encostas.

Diferença entre rede de esgoto e galerias pluviais

De acordo com o site Aegea, as redes de esgoto são tubulações que recebem esgotos provenientes de pias, ralos e vasos sanitários e têm como objetivo afastar os dejetos sanitários dos imóveis. Em seguida, o material residual é direcionado até as estações de tratamento de esgoto (ETEs).

A infraestrutura de drenagem pluvial é instalada pela prefeitura para o escoamento da água de chuva que, depois de captada por galerias, as chamadas bocas de lobo, são lançadas no ribeirão ou córrego. Estes equipamentos reduzem os riscos de alagamento após as chuvas.

A ligação da rede pluvial na rede de esgoto é irregular não só para residências, mas também em imóveis comerciais e industriais. A tubulação da rede de esgoto é dimensionada para receber somente o esgoto doméstico. Sendo assim, não tem capacidade para suportar o grande volume proveniente das águas de chuva.

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Fontes: Prefeitura Municipal de Nova Friburgo, Ipea, Brk Ambiental e Aegea

4 comentários

Cintia Costa 20 de janeiro de 2023 - 18:06

Parabéns pela matéria, clara e bem informativa!

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Maria de Lourdes G. Pedrosa. 21 de janeiro de 2023 - 12:06

Olá Guilherme!
Vc pode passar seu e-mail de contato?
Grata.

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Guilherme Alt 21 de janeiro de 2023 - 17:35 Repetir
José Alexandre Vieira 22 de janeiro de 2023 - 21:47

Parabéns pela matéria, muito útil!

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