Mulher de 26 anos morre após negligência da Prefeitura de Nova Friburgo - Imagem ilustrativa

Subsecretária de Nova Friburgo vai responder por homicídio culposo por omissão

Publicado: Última atualização em 1184 visualizações

Após tragédia que vitimou jovem de 26 anos, por suposta negligência da Prefeitura ao recusar acolhimento à vítima, inquérito policial foi aberto. Escândalo pô ode abalar gestão de Johnny Maycon. Veja os detalhes.

O Ministério Público do Rio de Janeiro determinou a abertura de um inquérito policial para investigar Simone de Almeida, subsecretária de Assistência Social de Nova Friburgo, além de uma das representantes do Centro Pop. As duas são suspeitas e vão responder pelos crimes de omissão de socorro e homicídio culposo por omissão, relacionados à morte de Maria Clara Mattos Mafort, de 26 anos, que faleceu após sofrer um ataque epiléptico seguido de convulsão. As oitivas estão marcadas para esta quarta-feira, 25 de setembro.

O caso se tornou emblemático após documentos e conversas de WhatsApp, obtidos com exclusividade pelo portal EcoSerrano, revelarem que Simone de Almeida estava ciente da situação urgente, mas não orientou a representante do Centro Pop a tomar providências imediatas, apesar das solicitações feitas pela Defensoria Pública e coletivos de Direitos Humanos. A secretária Nicole Cipriano também foi informada da gravidade da situação e, somente após a insistência da Defensoria Pública, determinou o acolhimento da vítima. O procedimento não foi realizado. Nicole, no entanto, não é alvo das investigações.

Ainda de acordo com as denúncias, o veículo – uma van – entregue especificamente para a finalidade de atuar no acolhimento de pessoas em situação de rua, não estaria sendo utilizado para estes fins, o que caracterizaria como desvio de função. 

A responsável pelo Centro Pop pode ser responsabilizada por negligência em sua atuação. Embora a responsável pelo local não tenha tomado as devidas providências, somente suas superioras teriam o poder de decisão e poderiam ter solucionado e agilizado a questão. Ao que parece, não veio nenhuma ordem expressa que pudesse ter salvo a vida de Maria Clara.

Representantes da Cáritas Diocesana também serão ouvidos. Ao que tudo indica, a entidade se colocou à disposição para auxiliar a situação, mas não teriam tido sucesso e apoio da Secretaria de Assistência Social em garantir o acolhimento da vítima e de outras pessoas em situação de rua.

NOVO CANAL PARA DENÚNCIAS em Nova Friburgo e região serrana para compartilhar denúncias, acidentes e flagrantes. ACESSE O LINK: https://chat.whatsapp.com/ERr5AYCO0Nq0g0KXQC21iL

Histórico dos acontecimentos

O trágico episódio ocorreu na madrugada de 28 de agosto, em uma das noites mais frias do ano, quando Maria Clara e outros três indivíduos, em situação de rua, buscaram abrigo no ponto de apoio da Prefeitura de Nova Friburgo, localizado na Via Expressa, em Olaria. Na ocasião, a responsável pelo local informou que o abrigo estava com sua capacidade máxima, recusando o acolhimento.

Após a negativa, a Defensoria Pública foi acionada e entrou em contato com a subsecretária Simone de Almeida e a secretária Nicole Cipriano. Mesmo com a determinação da secretária para que o acolhimento fosse feito, incluindo a autorização para pagamento de horas extras à equipe responsável, a diretora do Centro Pop não tomou providências. Maria Clara e as outras pessoas, sem alternativa, passaram a madrugada abrigadas no coreto da Praça Getúlio Vargas, expostas ao frio intenso que chegou a 1,4°C.

No dia 28 de agosto, Maria Clara sofreu um ataque epiléptico e foi levada às pressas pelo Corpo de Bombeiros ao Hospital Municipal Raul Sertã, onde permaneceu intubada na enfermaria, sem vaga imediata no CTI. Apenas no dia seguinte, após a intervenção da Defensoria Pública, ela foi transferida para o CTI, mas, devido ao agravamento de seu quadro de saúde, Maria Clara não resistiu e faleceu no dia 4 de setembro.

Acusações e procedimentos legais

As investigações apontam para uma série de falhas graves no acolhimento de pessoas em situação de rua em Nova Friburgo. Documentos obtidos pelo EcoSerrano indicam que, no dia da recusa de acolhimento, havia vagas no Centro Pop. Relatórios da Defensoria Pública também evidenciam que a equipe responsável foi negligente ao não encaminhar Maria Clara para atendimento médico adequado ou providenciar seu acolhimento, apesar de sua condição física fragilizada.

O inquérito aberto investiga as possíveis responsabilidades de Simone de Almeida e da diretora do Centro Pop, que agora responderão por omissão de socorro e homicídio culposo por omissão. As reuniões do CIAMP-Rua, realizadas anteriormente, já indicavam a necessidade de acolhimento imediato para pessoas em situação de rua, conforme decisão da 13ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, que determinava a criação de abrigos adequados, com separação por gênero, alimentação e banho quente. No entanto, essas medidas não foram cumpridas no caso de Maria Clara.

Investigações em curso

Com a abertura do inquérito, as oitivas das envolvidas estão marcadas para 25 de setembro, e o Ministério Público segue apurando os detalhes que envolvem a negligência da Secretaria de Assistência Social e do Centro Pop. Até o fechamento desta reportagem, EcoSerrano não obteve retorno das citadas Simone de Almeida e Nicole Cipriano, mantendo aberto o espaço para esclarecimentos.

Redes Sociais do EcoSerrano

1 comentários

Kali Krepke 25 de setembro de 2024 - 08:12

Não concordo; nesse caso é homicídio doloso, pois qualquer acéfalo sabe q uma pessoa em tais condições certamente irá a óbito . Gostaria de saber até qdo o povo brasileiro irá se submeter a esse governo incapaz?

Repetir

Deixe um comentário

* Ao utilizar este formulário, você concorda com o armazenamento e manuseio de seu nome, e-mail e IP por este website.

Matérias Relacionadas

Este site usa cookies para melhorar sua experiência. Aceitar Privacidade

Políticas de Privacidade e Cookies