Aquisição faz do laboratório da Fiocruz o único da América Latina a ter esse tipo de equipamento
O uso da impressão 3D como o futuro da produção de medicamentos, promovida pelo Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos/Fiocruz), apresentou ao público uma impressora-teste de medicamentos. Esse protótipo foi mostrado pela primeira vez em 2019, na última edição presencial da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia na Fiocruz (SNCT), realizada antes do isolamento social da Covid-19.
A novidade deste ano é a apresentação em vídeo da impressora de produção real dos medicamentos. A farmacêutica Ana Paula Matos conta que essa aquisição faz do laboratório da Fiocruz o único da América Latina a ter esse tipo de equipamento. Dentre algumas vantagens da impressão 3D, a primeira é modificar o formato usual de um medicamento para tornar o consumo de pílulas de tratamento um momento lúdico para as crianças, ou para acelerar o efeito do medicamento no organismo devido a sua menor compressão interna.
Já a segunda é possibilitar a produção de polifármacos, que é a junção de vários medicamentos em um único comprimido, ajudando grupos de pessoas que fazem tratamentos com uso de coquetéis. A terceira e última vantagem é produzir uma dose adaptada para o paciente, ajudando, por exemplo, idosos que costumam tomar muitos remédios. Por sua portabilidade, acredita-se que a impressora pode ser transportada para ambientes epidêmicos permitindo a produção local de remédios.
Outra atividade sobre remédios (e saúde) foi 200 anos de Vigilância Sanitária, promovida pelo Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS/Fiocruz). Nela, é apresentada uma linha do tempo com a atuação no controle da qualidade de remédios e vacinas e a evolução das tecnologias relacionadas. Os visitantes observaram a balança de pesagem e a balança analítica, ambas usadas para medir substâncias pequenas. Outra dupla de equipamentos foram o densímetro alcoométrico e o densímetro digital, usados para medir o teor de álcool. Ainda nesta atividade, falou-se da importância da vacina mostrando a queda no percentual de vacinados dos últimos três anos.
Há um ditado que diz “que seu remédio seja seu alimento, e que seu alimento seja seu remédio”. Como instituição científica a Fiocruz defende o uso de ambos com supervisão médica. Na atividade Ervas e especiarias percorrendo a história, promovida pela Coordenação-Geral de Gestão de Pessoas (Cogepe), um grupo de nutricionistas apresentou alimentos pouco utilizados no cotidiano ou pouco conhecidos como propícios ao consumo humano. O visitante Vitor Rodrigues, que já fazia uso do tomilho com manteiga para dourar carne e costuma cozinhar arroz com cúrcuma, por exemplo, aproveitou para receber mais algumas dicas saborosas.