Desenho do artista Cacau Rezende foi finalizado na última semana; outra arte, a maior do empreendimento, ganha mais um toque
O Espaço Arp vem recebendo diversos artistas de Nova Friburgo e região para dar cor e vida às paredes do empreendimento. Entre as mais de 20 intervenções existentes, um novo desenho chega na Rua das Artes.
A pintura muralista é do artista Cacau Rezende, responsável por outras artes presentes no complexo. Um personagem alegre, montado em uma bicicleta circense, em um verdadeiro passeio pelas montanhas da cidade e pela Mata Atlântica, cheia de cores. O trabalho foi finalizado na última terça-feira, 7, e levou três dias para ser feito. Você pode conferir na parede do Bloco 5, ao lado da Unimed Serrana RJ.
Bem em frente ao novo desenho, está a “Noite do Quebra-Lampiões”. Na última segunda-feira, 6, o maior grafite em extensão do Espaço Arp ganhou mais um toque. Foi acrescentado pelo artista Robson Sark, autor do desenho, a frase “Julius Arp, em meio às borboletas fez-se a luz”. O trecho refere-se ao enredo da Escola de Samba Imperatriz de Olaria que, em 2005, homenageou o pioneirismo e a história do alemão.
O grafite foi inaugurado em outubro de 2021, durante o lançamento do projeto Arp de Portas Abertas. Por meio dos desenhos em tons de preto e marrom, esse episódio histórico friburguense é retratado e eternizado na parede do bloco 7, possuindo 335m².
O novo detalhe chega no tempo certo já que estamos em fevereiro e o Carnaval é a data mais aguardada do mês. O Espaço Arp iniciou o aquecimento para a folia no sábado, 4, e domingo, 12, e se prepara para receber uma programação extensa, para todas as idades, nos dias de pausa para a folia.
Visite e conheça as artes disponíveis no complexo, na Avenida Conselheiro Julius Arp, 80 – Centro.
Sobre o acontecimento histórico
Campos, Rio de Janeiro e Juiz de Fora iniciaram o processo de eletrificar a iluminação pública. Pouco tempo depois, a energia elétrica se tornou comum nas demais cidades brasileiras. Nova Friburgo, porém, se via parada no tempo.
A promessa de renovar e expandir a iluminação foi frustrada diversas vezes. Contratos e editais que eram firmados não iam para frente. Até a chegada de Julius Arp a cidade.
Arp já era um famoso empresário, com negócios no Rio de Janeiro e em Santa Catarina. Vendo um grande potencial no território friburguense entrou em negociação com o Coronel Costa, responsável pela construção da usina que iria fornecer a energia elétrica na cidade.
O alemão se dispôs a desistir do Sul do Brasil e instalar a nova indústria aqui, mas a transferência de concessão foi barrada por interesses políticos da época e a Câmara foi protelando a decisão.
Cansados de tanta espera, os friburguenses, apoiando Arp, se reuniram na Praça 15 de Novembro (atual Praça Getúlio Vargas) e caminharam em direção à Câmara. Era 17 de maio de 1911. Sem respostas dos parlamentares, a população saiu quebrando todos os lampiões presentes na Rua General Argolo (atual Av. Alberto Braune) e depois quebraram toda a sede da Câmara (atual Fundação Dom João VI). O episódio ficou conhecido como “A Noite do Quebra-Lampiões”.
Em 20 de junho de 1911, a Câmara (representando o Executivo, já que o cargo de prefeito só foi criado em 1916) autorizou a transferência da concessão para Julius Arp dando início à Companhia de Eletricidade. Poucos dias depois, a luz elétrica iluminou uma Nova Friburgo.
Assim foi criada e viabilizada a Fábrica de Rendas. A atuação de Julius Arp seguiu na cidade, incentivando o surgimento de outras fábricas e fornecendo um desenvolvimento não só no setor industrial, mas também no social e cultural.
Já as borboletas citadas no enredo da agremiação de Olaria referem-se à coleção de Arp, a maior do gênero em toda a América do Sul. Ele era um verdadeiro amante do inseto.
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