“Nunca recebemos incentivo”, dizem voluntários do ICAU após vídeo da Prefeitura

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Nas redes sociais, o Município insinuou parceria com Coletivo, após evento em escola. Depois de chuvas de críticas e insinuações de “oportunismo”, vídeo foi retirado do ar

O ICAU (Intervenção Cultural das Artes Urbanas) é um coletivo que promove oficinas e rodas de conversas dentro das escolas desde 2016. As atividades do Coletivo acontecem “na marra”. Isso porque o projeto é tocado por voluntários sem qualquer incentivo do poder público ou da iniciativa privada. Realidade que suas principais lideranças tentam mudar já em um futuro próximo.

Enquanto isso, as atividades acontecem em ambientes democráticos que ajudam a promover uma intensa interação de cultura, arte, esporte, educação, entre outras vertentes. Com um público alvo focado em adolescentes, o ICAU retornou este ano, após a paralisação forçada por conta da pandemia.

O evento já foi realizado na Escola Galdino do Valle Filho, Colégio Bernardo Pacheco, Ienf, e Colégio Municipal Rui Barbosa. A ação conta com diversos voluntários e tem como principais representantes, Victor Fischer, MC e agitador cultural da cena RAP friburguense e o DJ Bernardo Fukuoka.

O ICAU oferece oficinas de arte, culinária, customização de acessórios, produção musical, desenhos, exposições artísticas, dança, workshop de lettering, jogoteca, palestras, beatbox e circo.

Evento mais recente

No último sábado, 10, o ICAU levou dezenas de jovens do Colégio Municipal Rui Barbosa a participarem das oficinas, entre outras atividades. 

“O ICAU é um coletivo de artistas independentes, que realiza oficinas culturais de forma voluntária nas escolas de Nova Friburgo. Nosso intuito é despertar o lado artístico dos alunos e promover espaços de incentivo à arte através das oficinas e apresentação que são entregues pelo ICAU”, destacou Fukuoka.

Na última edição, o encontro teve oficina de Graffiti (Robson Sark), oficina de DJ (Bernardo Fukuoka), oficina de customização de acessórios (Thaís Morete), oficina de rima (João Carlos e Dom Maroti) e oficina de skate (Jonny Muzy e Victor Grilo). O encerramento do evento foi através de uma roda de rima envolvendo os alunos e os integrantes do coletivo.

Divulgação da Prefeitura gerou desconforto aos participantes

A Prefeitura de Nova Friburgo, por meio de suas redes sociais, publicou um vídeo da ação em que, segundo as lideranças do ICAU, entendia-se haver uma parceria entre o Coletivo e o Município.

Nos comentários da postagem, diversos usuários repudiaram a Prefeitura no que, no entender deles, seria uma atitude de “oportunismo” e uma tentativa do Município em ganhar créditos por uma ação em que não teve qualquer respaldo ou parceria com o Coletivo.

“A gente ficou surpreso com a postagem, pois nunca recebemos nenhum tipo de incentivo e nem fomos consultados antes. Sem contar que insinuaram ser uma parceria, o que não é verdade”, disse Fukuoka.

“A postagem mostrava o logo da Prefeitura, mas não mostrou nenhum logo do ICAU, não marcaram o nosso perfil e de nenhum voluntário que atuou no evento. Alguém da Prefeitura estava lá, fez as imagens, mas as pessoas que participaram do evento não sabiam que estavam sendo filmadas com esse intuito”, lamentou Fischer.

O portal EcoSerrano entrou em contato com a Prefeitura, mas até o fechamento desta reportagem não obteve retorno. No entanto, a postagem que até às 09h desta terça-feira, 13, ainda estava no ar, foi retirada no início desta manhã dos perfis da Prefeitura.

Segundo as lideranças do ICAU, a Prefeitura entrou em contato com os organizadores, prometeram se retratar da postagem e passar a apoiar o Coletivo.

ICAU surge da falta de apoio do poder público

Segundo Bernardo Fukuoka, o ICAU surge justamente da ausência de apoio do coletivo com a Prefeitura, embora não tenha faltado tentativas para isso.

“Só fomos para as escolas por conta da falta dessa parceria. Antes do ICAU rolava o Arte Rua, liderado pelo Fischer. Acontecia nas praças, tínhamos alvará, liberação, tudo certinho, mas várias vezes o evento não chegava até o final por conta da intervenção da polícia”, reclamou o DJ.

Por esse motivo, Fukuoka afirma que era inviável fazer o Arte Rua ao ar livre. “Dessa revolta, dessa resistência, fomos para as escolas onde estávamos protegidos e optamos por ser independentes. Não falamos com a atual gestão municipal porque nas anteriores não tivemos abertura, mas quem sabe a realidade não muda”, desejou.

Para saber mais sobre o ICAU e acompanhar as ações do Coletivo, acompanhe pelo perfil do Instagram.

Estudantes do Ienf, para ação do ICAU
Robson Sarks, Grafiti
Arte presente de todas as formas no ICAU
Bárbara Plácido, skatista

1 comentários

Dom marotti 13 de setembro de 2022 - 11:11

Parabéns pela matéria!

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