Educadores acusam Governo do Estado em priorizar instituição privada ao invés de universidades públicas. Entenda o caso
Uma nova parceria entre a Secretaria de Estado de Educação do Rio de Janeiro (SEEDUC) e uma instituição de ensino superior privada, que permite a entrada de representantes dessa instituição em escolas estaduais para atividades supostamente preparatórias para o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), tem gerado controvérsias e questionamentos de membros da comunidade escolar e entidades representativas, como o Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação de Nova Friburgo (SEPE-NF). A iniciativa foi alvo de críticas nas redes sociais, que apontam para uma possível contradição entre o incentivo ao ensino privado e a falta de suporte adequado ao ensino público estadual.
De acordo com informações divulgadas pelo SEPE-NF, uma circular interna da SEEDUC/Serrana II autorizou a entrada da instituição privada em diversas escolas da rede estadual, sob a justificativa de promover oficinas preparatórias para o ENEM. No entanto, segundo o sindicato, a atividade executada nas escolas consistiu apenas em uma aplicação de redação aos alunos do 3º ano do ensino médio, feita diretamente por funcionários da instituição, sem qualquer atividade prévia ou textos de apoio. Essa prática, na avaliação de alguns representantes da comunidade escolar, falha em oferecer uma preparação pedagógica completa para o ENEM e pode ter como objetivo oculto a captação de futuros alunos para os cursos pagos da instituição privada.
Além das críticas à metodologia, o uso do espaço público escolar para atividades promovidas por uma instituição privada levanta um debate ético. A presença de representantes dessa entidade em escolas públicas, autorizada pelo Estado, foi interpretada por alguns como um possível desvio do objetivo da educação pública, ao priorizar uma instituição privada no acesso direto aos estudantes.
Esse cenário suscitou perguntas entre a comunidade escolar:
- Por que a SEEDUC opta por firmar parcerias com uma instituição privada, ao invés de promover ações com universidades públicas do estado, como a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a Universidade Federal Fluminense (UFF), entre outras?
Para o SEPE-NF e outros críticos da medida, a escolha da SEEDUC parece indicar uma preferência que negligencia as universidades públicas, reconhecidas por sua qualidade acadêmica e forte compromisso social.
O sindicato também questiona a ausência de apoio e incentivo do governo para que os estudantes da rede estadual participem de eventos como o “UERJ Sem Muros”. Este evento, promovido anualmente pela UERJ, é uma oportunidade para que a sociedade e os estudantes conheçam a produção acadêmica nas diversas áreas do conhecimento oferecidas pela universidade pública. Segundo o SEPE-NF, esse tipo de atividade, além de informar, inspira os jovens a valorizarem o ensino superior público e gratuito.
O que diz a Seeduc?
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