Professores denunciam universidade friburguense por violações trabalhistas

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Docentes falaram ainda que a instituição “excede aulas online” e sugerem precariedade no ensino. Instituição negou qualquer violação trabalhista e reforçou comprometimento com a qualidade dos cursos

O Sindicato dos Professores de Nova Friburgo (Sinpro) emitiu uma carta no último dia 11, condenando uma suposta atitude da Universidade Estácio de Sá de Nova Friburgo que vai de encontro às leis trabalhistas. Ex-professores da unidade também falaram com exclusividade ao EcoSerrano sobre uma suposta precarização do ensino superior promovido pela universidade aos alunos. A carta também foi enviada ao Deputado Federal Glauber Braga (Psol). Em sua fala no Congresso Nacional, o parlamentar mostrou solidariedade aos professores.

Segundo o Sinpro, a direção da Estácio de Sá estaria demitindo professores e demais funcionários por telefone, prática repudiada pela entidade sindical. Segundo a nota, este tipo de comportamento seria antiético e humilhante com professores que dedicaram seu trabalho à instituição.

A nota também denuncia uma tentativa da universidade de demitir uma diretora do Sinpro, o que seria ilegal já que sindicalistas possuem estabilidade de emprego para realizarem seus trabalhos com independência.

Ao EcoSerrano, uma ex-professora confirmou ter recebido uma ligação da direção da Estácio para comunicar sua demissão. Ao questionar os motivos, teria sido dito que a ordem não partiu da unidade friburguense, mas sim da matriz, no Rio de Janeiro, sem que as razões pelo desligamento tivessem sido esclarecidas.

Suposto descumprimento de leis trabalhistas

O Sinpro também afirmou que a Estácio seria descumpridora da legislação trabalhista, com episódios de descontos indevidos de salários, não pagamento por atividades como reuniões e cursos obrigatórios, e até um episódio de não pagamento de salário.

“A Estácio zerou a minha carga horária por seis meses e me deixou sem salário. Pior, com débitos mensais de diferentes naturezas, durante esse período. Eu estava com contrato ativo, mas gerando débitos. Um absurdo: pagar para trabalhar”, contou um ex-docente que precisou entrar na Justiça e teve ganho de causa.

Excesso de aulas online

De acordo com as reclamações dos professores, a Estácio excede em aulas on-line, quebra os pré-requisitos das disciplinas e aloca estudantes em disciplinas que eles não teriam condições de cursar, “para não ter que abrir turmas”, revelou um dos professores. Ainda segundo as reclamações, a universidade implantou um sistema “praticamente de aprovação automática, em que transforma estudantes acadêmicos em alunos de ensino básico”.

O que diz a Universidade Estácio de Sá?

O EcoSerrano entrou em contato com a Universidade Estácio de Sá. Veja na íntegra a nota enviada com exclusividade ao EcoSerrano:
“A Universidade informa que as movimentações que porventura ocorram no campus fazem parte de um processo natural de uma instituição de ensino que periodicamente avalia a sua base de docentes, adequando-a às necessidades do mercado, demandas de cursos e às particularidades da praça em que atua. A instituição sempre mantém uma comunicação cordial e respeitosa com os professores em situações dessa natureza e toma as suas decisões de forma responsável, sem que haja qualquer impacto acadêmico. A instituição esclarece que as movimentações de pessoal ocorrem em conformidade com as normas vigentes e de acordo com todas as obrigações trabalhistas. A instituição reforça também que mantém seu compromisso com a qualidade de ensino e que todas as atividades acadêmicas são cumpridas com rigor, respeitando professores e alunos, no que compete ao bom funcionamento das suas obrigações educacionais.”

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5 comentários

Thaís 15 de dezembro de 2023 - 11:06

Os professores não mentiram em nada. Quem conhece alguem na estácio sabe que não abrem turmas referente ao período correto e desde a pandemia, aula on line é constante.

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Fernanda 16 de dezembro de 2023 - 05:30

A Estácio prolonga as aulas
Era para fazer de 4 a 5 matérias por período,me alocaram em apenas 1.Ou seja,o que era para terminar em 2 anos e meio agora vai se estender por um período muito maior.Logo,mensalmente pago a mesma coisa,mas agora por um período muito maior.É uma falta de respeito e caráter o que essa universidade faz com os alunos

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Daniel Angelo 16 de dezembro de 2023 - 09:18

De fato os estudantes pagam e têm um péssimo serviço. Muitas aulas online, estágios precarizados.

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Prof. Brasileiro 17 de dezembro de 2023 - 22:24

Sou ex-professor e fui demitido essa semana. Nesse último ano, toda hora éramos pressionados a assistir vários cursos online e lives, tudo isso com lista de presença. Não existe mais pré-requisito. O aluno pode fazer Matemática 2 sem ter feito Matemática 1. Tínhamos que alimentar em banco de questões e parece que nunca era suficiente. Éramos forçados a ceder os direitos autorais das questões para a Estácio, sem qualquer remuneração. Havia reuniões aos sábados, que tbm não eram remuneradas. Não posso deixar de mencionar as bancas de TCC, todas feitas na base do amor, pois não recebíamos remuneração. São inúmeras as irregularidades.

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Wady nogueira de 18 de dezembro de 2023 - 10:50

Se essa faculdade não respeita nem os alunos,que dirá os professores,fiz uma pós aí nunca recebi o diploma enjoei de andar atrás até chegar o ponto de desistir,tô tempo faltava uma coisa
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