Decisão não afeta colégio de Arautos em Nova Friburgo. Instituição encerrou as atividades no ano passado
Na última semana, a Justiça de São Paulo determinou que todas as crianças e os adolescentes que estudam em regime de internato em escolas do grupo católico Arautos do Evangelho voltem para casa até o dia 1º de julho.
A decisão ocorreu após reportagem do programa Fantástico, da Rede Globo, e após diversas outras matérias, nos meios de comunicação, revelarem denúncias de ex-alunos, que alegam ter sofrido humilhações, tortura, assédio e até mesmo estupro (esta denúncia foi arquivada devido a inconsistência de provas. Leia a nota no Arautos do Evangelho no final da reportagem). Os atos, segundo disseram os entrevistados às reportagens, seriam praticados por integrantes da ordem religiosa dentro da sede, que fica no meio da Serra da Cantareira, em Caieiras, na Grande São Paulo.
A juíza Cristina Ribeiro Leite Balbone Costa – titular da vara da infância e da juventude – determinou a proibição de novos acolhimentos, ou matrículas de crianças e adolescentes, em qualquer das unidades do grupo, em todo o território nacional.
Em Nova Friburgo, o Arautos do Evangelho possui uma sede, localizada no Parque São Clemente. No entanto, a ordem judicial não afeta a unidade de Nova Friburgo, porque ela foi fechada no final do ano passado.
Em um comunicado aos pais de alunos, no ano passado, o Colégio Arautos do Evangelho informou que por motivações financeiras, por conta da pandemia, encerraria as atividades em 2021.
“A notícia nos é inócua, uma vez que, por dificuldades financeiras, decorrentes da pandemia, o colégio Arautos do Evangelho em Nova Friburgo encerrou as atividades no final de 2021. Nas Casas da Instituição localizadas no município não residem nem se hospedam menores”, informou a ordem.
Pais se mostram perplexos com a decisão
A Associação de Mães e Pais de Arautos Estudantes (AMPARE ) se manifestou a respeito da decisão judicial. “Ficamos perplexos por saber que estão discutindo e decidindo a vida de nossos filhos sem nos ouvirem, baseados em relatos inautênticos, já conhecidos, oriundos de pessoas que nutrem antipatia à religiosidade dos Arautos e ao nosso Projeto Educacional. Contudo, estamos felizes e tranquilos por termos nossos filhos aos cuidados educacionais regulares destas escolas e deste nosso Projeto.”
Em nota, o Arautos do Evangelho informou que o processo judicial será extremamente favorável para o estabelecimento da verdade, “pois permitirá, finalmente, que todos os nossos colaboradores, integrantes, professores e estudantes tenham voz e vez, oportunidade que lhes havia sido tolhida até o presente momento, em outros procedimentos de teor acusatório promovidos pela imprensa. Uma Igreja que tem como pilar o Cristo Crucificado nada teme, nada esconde e está preparada para resistir a quaisquer perseguições”.
MP arquivou acusação de estupro
Com relação a acusação de estupro, amplamente divulgada por diversos meios de comunicação, o Arautos do Evangelho afirma que “trata-se da reiteração de um conjunto de acusações que vêm sendo repetidas por um grupo de pessoas, sistematicamente, desde 2019, com notório caráter de intolerância religiosa.”
Em nota, a ordem religiosa informou que o caso recebeu determinação de arquivamento em maio do ano passado. “Tanto a delegada que acompanhou o caso quanto o Ministério Público concluíram pela absoluta inconsistência das acusações. Em contrapartida, foi instaurado um inquérito penal por denúncia caluniosa contra a falsa acusadora.”, diz a nota.
“A inclusão desta queixa na atual Ação Civil Pública movida contra os Arautos decorreu de notório equívoco da Defensoria Pública de São Paulo, fato que acarretará as consequências legais cabíveis aos responsáveis.
De modo a evitar que se repitam casos como o da Escola Base, aqueles que persistem em requentar e divulgar esse relato calunioso serão responsabilizados judicialmente, especialmente nos termos do artigo Art. 138, 339 e 141, incisos III e IV, do Código Penal, sem prejuízo das ações cíveis reparadoras”, alertou a nota do Arautos do Evangelho.
1 comentários
Sou mãe é nunca tive a oportunidade de defender a felicidade do meu filho, nunca fui ouvida ou informada pela mídia ou justiça. O meu filho passou 6 longos anos a espera da nossa autorização para seguir a sua vocação , passei 6 anos dentro da sede em Recife ,ajudando em tudo faxina, cozinha, decoração, tive acesso a todos os ambientes da casa a procura de sinais que me mostrassem o que as denúncias falam , nunca achei nada, sempre estive atenta a tudo e por tudo que vi e vivi lá e com muita oração a Deus e Nossa Senhora para que nos iluminasse na decisão , nos entregamos as mãos de Deus e decidimos deixar nosos filho seguir sua vocação e desde então é visível a mudança dele está feliz , leve e muito comunicativo, falamos com ele 2 a 3 vezes por semana é só podemos sentir quanto está feliz e nos dói saber que pessoas alheias que não nos conhecem ,não sabem nada de nós querem decidir nossas vidas sem nos ouvir.