Estudo foi feito pela Firjan. Baixada Fluminense e região portuária da capital têm grande concentração de ocorrências. Sacoleiros friburguenses também relatam insegurança
Um estudo feito pela Firjan mostra que o roubo de cargas no estado do Rio causou prejuízo de R$ 388 milhões no ano passado, considerando o valor médio das mercadorias. Apesar da queda desse tipo de crime em território fluminense nos últimos anos, em 2022 foram registradas 4.239 ocorrências – média de 12 por dia. A federação ressalta ainda que, além do prejuízo direto, existem custos indiretos, com a contratação de segurança privada e seguros contra roubos e furtos, por exemplo.
“Percebemos que algumas ações contribuíram para a diminuição do roubo de cargas no estado, mas o número de ocorrências ainda é muito alto. Importante colocar também que esse crime está muito concentrado na Região Metropolitana. Além disso, as regiões de Duque de Caxias e do entorno do Porto do Rio tiveram aumento significativo no número de roubo de cargas. É fundamental a atuação integrada das forças de segurança para o combate a esse tipo de crime que tanto prejudica o desenvolvimento socioeconômico”, disse Carlos Erane de Aguiar, vice-presidente da Firjan e presidente do Conselho Empresarial de Defesa e Segurança Pública da federação.
Friburguenses com medo
O município friburguense é um dos que mais possui sacoleiros no estado e que viajam por todo o país. São eles um dos principais responsáveis por exportar – em grande parte – lingeries produzidas na cidade. A sensação de insegurança já foi maior, mas ainda continua.
Logo na saída da cidade, num passado nem tão distante, assaltantes costumavam emboscar os motoristas que levavam seus veículos abarrotados de mercadorias. O montante de algumas delas chegava ao valor de mais de R$ 100 mil. Os motoristas relatavam, também, que ao chegar na região da Baixada Fluminense o risco se tornava ainda maior.
De acordo com o estudo, em 2022, a Região Metropolitana concentrou cerca de 97% dos casos de roubo de cargas. A Firjan também sinaliza que dez das 137 Circunscrições Integradas de Segurança Pública (CISPs) do estado registraram mais da metade das ocorrências. Essas dez CISPs são cortadas pelas rodovias BR 040 (Washington Luís), BR 101 (Avenida Brasil), BR 116 (Presidente Dutra) e BR 493 (Arco Metropolitano).
A Cisp 59 (Duque de Caxias), localizada no entroncamento da BR-040 com o Arco Metropolitano e a Dutra, registrou 368 roubos de cargas em 2022 – maior concentração de ocorrências (8,7%). Na comparação com 2021, houve aumento de 43% no número de casos nesta única unidade. Uma das iniciativas da Firjan para contribuir com sugestões para o combate ao roubo de cargas foi a criação de grupo de trabalho com foco na Baixada Fluminense. Além de representantes da federação, participam das reuniões representantes do governo municipal e das polícias Militar, Civil e Rodoviária Federal.
A Firjan também aponta que a região do entorno do Porto do Rio – que abrange as CISPs 17 (São Critóvão), 21 (Higienópolis), 22 (Penha) e 38 (Brás de Pina) – totalizou 698 casos de roubo de cargas, um aumento de 70%. Entre os resultados positivos, a Firjan destaca as CISPs 74 (Monjolos), 73 (Neves), 72 (São Gonçalo), 75 (Ipiiba e Sete Pontes) e 54 (Belford Roxo), que tiveram redução, respectivamente, de 89%, 85%, 81%, 71% e 24% no número de roubo de cargas e deixaram de integrar o mapa de concentração. A federação também ressalta que as 11 CISPs cortadas BR 493 (Arco Metropolitano) tiveram redução de 9% no número de ocorrências de 2021 para 2022 – queda maior do que a média registrada no estado (6%).
O estudo “Panorama do roubo de carga no estado do Rio de Janeiro” pode ser acessado através deste link: https://www.firjan.com.br/publicacoes/publicacoes-de-economia/o-impacto-economico-do-roubo-de-cargas-no-estado-do-rio-de-janeiro.htm.
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