Trabalhadores nas Indústrias de Cimento querem reajuste salarial que supere a inflação

Reivindicações também são feitas para valorização profissional e redução da jornada de 40h

Os trabalhadores das fábricas de cimento de Cantagalo, RJ, deram início à Campanha Salarial 2024/2025 neste mês de outubro. Em assembleias organizadas pelo Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil Centro Norte Fluminense (Sind.Trabs. Inds.), os funcionários da CSN, CCA e Votorantim participaram ativamente da discussão e formulação das pautas de reivindicações.

Com cerca de 400 empregados diretos nas fábricas cimenteiras da região, os trabalhadores aproveitaram as reuniões para expressar suas insatisfações quanto à relação trabalho-empresa e suas expectativas com a renovação dos acordos coletivos de trabalho. A principal demanda este ano, como em anos anteriores, é por um reajuste salarial que supere a inflação e garanta aumento real de salário. Eles alegam que os índices inflacionários divulgados não refletem o verdadeiro aumento do custo de vida, o que tem corroído o poder de compra e impactado negativamente os salários.

Outros pontos cruciais da pauta incluem a valorização profissional, melhores condições de trabalho, ampliação de benefícios, redução da jornada para 40 horas semanais, combate à precarização e reconhecimento do valor dos trabalhadores. As fábricas de cimento, por sua vez, vêm demonstrando resultados positivos. De acordo com o Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (SNIC), o setor espera crescer 2% em 2024, com uma projeção de vendas de 63,1 milhões de toneladas do insumo, impulsionado por projetos de infraestrutura, habitação e saneamento previstos pelo governo.

Apesar desse cenário promissor, as negociações entre os trabalhadores e as empresas são sempre complicadas e demoradas. No ano passado, o processo de renovação dos acordos coletivos de trabalho levou entre cinco e sete meses, afetando o poder aquisitivo dos trabalhadores, que ficaram sem reajuste salarial durante esse período. Enquanto isso, os balanços financeiros das empresas mostravam crescimento e lucros gerados pela força de trabalho que não recebeu uma justa fatia desse resultado.

A situação é semelhante para os trabalhadores da construção civil da região, que enfrentam uma espera de oito meses pela renovação da convenção coletiva de trabalho. Diante da falta de diálogo entre o sindicato patronal e o sindicato dos trabalhadores, o Ministério Público do Trabalho está intermediando as negociações.

A diretoria do sindicato destaca que apenas com mobilização será possível alcançar os objetivos da categoria, tanto nas fábricas de cimento quanto nas indústrias da construção civil. A participação ativa dos trabalhadores e a condução transparente do sindicato são consideradas essenciais para o sucesso da Campanha Salarial 2024/2025, pautada pelo respeito e confiança entre as partes.

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