Termo foi usado pelo Ministério Público que classificou esquema como “tour da propina”, com cobranças em serviços de gás, hortifrutis e comércios
Em uma operação conjunta entre o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) e a Corregedoria da Polícia Militar, realizada na manhã desta quinta-feira, 7 de novembro, foram presos 22 policiais militares do 20º Batalhão (Nova Iguaçu). Os agentes são denunciados por crimes de corrupção passiva, negativa de obediência e associação criminosa, em um esquema conhecido como “tour da propina”, no qual faziam rondas para coletar dinheiro ilegal de comerciantes locais.
A investigação teve início após uma denúncia anônima que revelou o recolhimento de propina por policiais em um estabelecimento de reciclagem no bairro Miguel Couto, em Nova Iguaçu. A partir desse indício, a Delegacia de Polícia Judiciária Militar iniciou o monitoramento dos policiais, constatando um padrão recorrente: as guarnições paravam em comércios locais, incluindo ferros-velhos, distribuidores de gás e até hortifrutis, recolhendo quantias em dinheiro e outros itens, como engradados de cerveja e até frutas.
De acordo com a denúncia, o esquema seguia uma rotina específica, ocorrendo majoritariamente às sextas-feiras. Os policiais denunciados realizavam paradas estratégicas e rápidas, onde entravam nos estabelecimentos para coletar os valores ou recebiam o dinheiro enquanto permaneciam na viatura. Em algumas situações, os proprietários dos estabelecimentos se aproximavam para entregar a propina diretamente.
O MPRJ identificou que, ao longo da operação, os policiais arrecadavam valores de 54 diferentes comércios. A Promotoria Militar classificou o comportamento dos agentes como audacioso, destacando a frequência e a visibilidade das práticas ilegais. Ao conceder os mandados de prisão, a Justiça enfatizou que os denunciados transformaram suas funções públicas em uma “caçada ao ‘arrego'”, em detrimento de suas obrigações de proteger a sociedade.
Esta operação sinaliza uma postura rigorosa da Corregedoria da Polícia Militar e do MPRJ no combate à corrupção dentro da própria corporação, ressaltando que práticas criminosas não serão toleradas, especialmente entre aqueles que têm o dever de zelar pela segurança pública. As investigações seguem para apurar o envolvimento de outros agentes e assegurar a extinção desse tipo de conduta dentro das forças policiais.
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