PM e assessor da Prefeitura foram presos, em cidade do interior

A Polícia Civil do Rio de Janeiro, em conjunto com o Ministério Público do Estado (MPRJ), realizou nesta quinta-feira (02/10) uma operação no Complexo da Maré, na Zona Norte da capital. A ação tem como alvo criminosos ligados ao Comando Vermelho (CV) que atuam na Região Serrana do RJ, especialmente em Petrópolis.

Segundo as autoridades, 18 mandados de prisão foram expedidos e, até o momento, 12 pessoas foram presas. Entre os detidos estão um policial militar da ativa e um assessor especial da Prefeitura de Petrópolis, o que evidencia a infiltração da facção em estruturas institucionais.

Além das prisões, cerca de R$ 700 mil em bens da quadrilha foram bloqueados, atingindo o patrimônio usado para financiar atividades ilícitas.

Conexão entre Maré e Serra

As investigações, conduzidas pelo MPRJ e pela Polícia Civil, identificaram 55 envolvidos na ligação entre o tráfico do Complexo da Maré e o comércio ilegal de drogas na Serra.

O chefe da organização criminosa e seu braço direito estariam escondidos no Parque União, dentro do conjunto de favelas da Maré. Eles seriam responsáveis por coordenar a logística do transporte de drogas, que chegam a distritos como Itaipava, em Petrópolis, ficando sob comando de gerentes locais.

Infiltração em órgãos públicos

De acordo com as investigações, o policial militar preso recebia pagamentos para repassar informações sigilosas ao Comando Vermelho. Ele também facilitava o transporte de drogas e colocava em risco a atuação de outros policiais.

O assessor da Prefeitura de Petrópolis, também preso, é apontado como elo entre a facção e estruturas do poder público municipal. A captura contou com apoio da Corregedoria da Polícia Militar.

Reflexos na rotina da população

A operação teve impacto direto na vida dos moradores da Maré. Relatos de tiroteios circularam desde as primeiras horas da manhã. Por segurança, duas escolas estaduais suspenderam as aulas e uma Clínica da Família interrompeu atividades externas, enquanto outra precisou fechar as portas temporariamente.