Bolsonaro reúne cerca de 18 mil pessoas em manifestação por Anistia, no Rio de Janeiro

Ex-presidente busca apoio para os presos do 08/01 e apoio próprio, tremendo possível condenação e prisão

Neste domingo (16), a praia de Copacabana foi palco de uma manifestação convocada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, que buscava apoio para sua anistia e a de outros envolvidos nos eventos de 8 de janeiro. De acordo com um levantamento realizado por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), o número de participantes atingiu o pico de 18,3 mil pessoas. Essa cifra contrasta fortemente com a estimativa da Polícia Militar do Rio de Janeiro, que, em uma nota, mencionou um público de 400 mil, sem esclarecer se esse número se referia a pessoas presentes simultaneamente ou à soma total de visitantes ao longo do dia.

A discrepância entre as estimativas é significativa. A contagem da PM representa apenas 40% do que os aliados de Bolsonaro esperavam, que era de um milhão de apoiadores, conforme declarado pelo ex-presidente em suas redes sociais. O Instituto Datafolha, por sua vez, estimou que cerca de 30 mil pessoas compareceram à manifestação, o que reforça a ideia de que a anistia não é uma preocupação central para a população brasileira, mas sim um tema que interessa principalmente a Bolsonaro e seu círculo político.

Para tentar aumentar a participação, Bolsonaro incentivou líderes a desconvocar atos em outras capitais do país, mas essa estratégia não surtiu efeito. A manifestação contou com a presença de figuras políticas importantes, como os governadores Cláudio Castro (Rio de Janeiro), Tarcísio de Freitas (São Paulo), Jorginho Mello (Santa Catarina) e Mauro Mendes (Mato Grosso), além dos senadores Flávio Bolsonaro e Magno Malta, e do presidente do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto. O pastor Silas Malafaia também esteve presente, coordenando o evento.

Em suma, a manifestação em Copacabana não apenas ilustra a luta de Bolsonaro por anistia, mas também revela a desconexão entre as pautas políticas e as preocupações cotidianas da população. A análise dos números e das presenças políticas sugere que, apesar do apoio de alguns, a mobilização em torno da anistia não ressoou amplamente nas ruas.