Presidente iria privilegiar apenas carreiras policiais, mas foi aconselhado a recuar para não gerar revolta nas demais carreiras
O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou na última terça-feira, 7, que não dará reajuste a servidores em 2022. Segundo o chefe do Executivo, a previsão de aumento de 5% para as carreiras custaria em torno de R$ 7 bilhões, o que “atrapalharia o funcionamento do Brasil”.
“Algumas categorias pedem reestruturação. Agora, quando você fala em reestruturar uma carreira, as outras não admitem sem que a delas também seja reestruturada. Não tem recurso para tal. E se você dá esses R$ 7 bilhões agora, que seria 5% de reajuste, você vai para R$ 16 bilhões dentro do teto. Você vai pegar o Ministério da Infraestrutura, por exemplo, vai demitir daqui a 20 dias 20 mil pessoas e as obras vão parar. Você vai ter um corte que vai atrapalhar o funcionamento do Brasil”, apontou durante entrevista ao SBT.
Bolsonaro queria agradar as carreiras policiais. Inicialmente, os reajustes iriam contemplar apenas a Polícia Federal, Polícia Rodoviária e Departamento Penitenciário Nacional (Depen). Diante da pressão das demais carreiras, o presidente recuou.
Os articuladores do presidente, de olho na campanha eleitoral deste ano, aconselharam Bolsonaro a não privilegiar carreiras. O custo político de um reajuste considerado baixo para o funcionalismo tornou-se cada vez mais alto, segundo integrantes do governo.