Mercado aquecido faz com que profissionais se desliguem dos empregos em busca de oportunidades melhores
Nunca tanto brasileiros deixaram seu emprego de forma voluntária quanto atualmente. Estes são os dados até maio, divulgados recentemente pelo Caged.
Entre janeiro e maio deste ano, quase três milhões de brasileiros pediram demissão. Isso significa que, do total de contratos de trabalho encerrados em 2022, um em cada três aconteceram por iniciativa do próprio trabalhador.
Os dados foram analisados pela gerência de Estudos Econômicos da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan). Na comparação com igual período do ano passado, houve um crescimento de 35,2% no volume de desligamentos por iniciativa do funcionário. O recorde anterior havia sido registrado em 2014, quando 2,7 milhões de trabalhadores com carteira assinada tinham pedido demissão de maneira voluntária.
Segundo reportagem do Jornal O GLOBO, as profissões da área de Tecnologia da Informação se destacam nesse recorte, com seis das dez ocupações no topo do ranking.
Apesar do fenômeno no mercado brasileiro coincidir com o movimento nos Estados Unidos batizado de “The Great Resignation” (a grande renúncia), a motivação do trabalhador brasileiro é diferente da do norte-americano, afirma Jonathas Goulart, gerente de Estudos Econômicos da Firjan.
Os profissionais da Informática foram o subgrupo ocupacional com maior proporção de desligamentos voluntários esse ano (65,1%), seguidos pelo Técnicos em Informática (57,9%), Pesquisadores (57,0%) e Profissionais da Medicina (56,5%).
O mercado de tecnologia está muito aquecido e tem déficit de profissionais: segundo a Associação de Empresas de Tecnologia da Informação (Brasscom), as empresas de tecnologia vão demandar 797 mil profissionais até 2025. Pelo número de formandos abaixo da demanda, a projeção é de um déficit anual de 106 mil candidatos.
O fenômeno já aconteceu outras vezes, mas o nível de desemprego não estava tão alto como agora. O recorde anterior do mesmo período tinha sido registrado em 2014, quando 2.668.070 trabalhadores com carteira assinada tinham pedido demissão. Só que, o país vivenciava um contexto diferente no mercado de trabalho: em maio de 2014, a taxa de desemprego medida pelo IBGE atingira sua mínima histórica para o mês (7,1%). Em maio de 2022, mais de 10,6 milhões de brasileiros estavam desocupados e em busca ativa por emprego.
Nova Friburgo, Hackatruck comprova tendência de mercado
No início deste mês, teve início o Hacktruck, no CEFET-Nova Friburgo, um projeto de capacitação profissional de estudantes de Instituições de Ensino Superior de Tecnologia da Informação, em desenvolvimento iOS para aplicativos móveis com aplicação em Internet das Coisas (IoT), enfatizando a aplicação de conceitos e práticas de serviços cognitivos em nuvem.
Como um projeto dinâmico e itinerante numa verdadeira capacitação sobre rodas, o Hackatruck vem inspirado pelo conceito maker com seu laboratório móvel constituído como um makerspace, um espaço onde os alunos criam e desenvolvem protótipos relacionados aos temas estudados.
A procura por cursos e especialização na área de TI também tem atraído pessoas de diversas áreas de atuação. Publicitários, engenheiros, músicos, formados em administração, professores, são alguns dos perfis de friburguenses que tem realizado cursos dentro do setor de tecnologia de informação. O objetivo segundo o grupo é estudar a tendência de mercado que, cada vez mais, se mostra aberta na contratação de profissionais especializados e, a melhor parte: pagando bem.