Terceira onda da Covid está em extinção, diz Fiocruz

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Vacina e doses de reforço são apontadas como fundamentais no controle do coronavírus

O Boletim do Observatório Covid-19 Fiocruz aponta para a queda de indicadores de incidência e mortalidade por Covid-19. O documento destaca que pela primeira vez, desde maio de 2020, nenhum estado superou a marca de 0,3 óbitos por 100 mil habitantes. Segundo os pesquisadores, os novos dados permitem afirmar que a “terceira onda” epidêmica no Brasil, com o predomínio da Ômicron entre os casos, está em fase de extinção.

O atual cenário sinaliza redução gradual dos principais impactos da pandemia, com diminuição do número de casos graves, internações e óbitos. Os cientistas alertam que, no entanto, esse quadro não significa o fim da pandemia e pode ser alterado caso surjam novas variantes mais letais ou que escapem da imunidade provocada por vacinas contra a Covid-19.

Doses de reforço podem reduzir ainda mais impactos da Covid-19

A tendência de queda se reflete também nos casos de Síndrome Respiratória Aguda (SRAG) por Covid-19. Nas fases mais críticas da pandemia, 98% das internações por SRAG eram positivas para Covid-19. Atualmente, essa proporção se encontra em 50,7%. Outro indicador estratégico, a taxa de letalidade por Covid-19 permaneceu em valores próximos a 0,8%.

Ao longo de 2021, esses valores oscilaram entre 2% e 3%. Foram reduzidos para 0,2% no início de 2022 e em março passaram para 1%. A redução desse indicador, observada durante a terceira onda epidêmica, é atribuída principalmente à vacinação de grande parte da população-alvo e à menor gravidade da infecção pela Ômicron. 

Desafios

O Boletim ressalta o papel da vacinação no controle da Covid-19 e aborda a importância da segunda e da terceira dose. “Além disso, as doses de reforço em grupos populacionais mais vulneráveis podem reduzir ainda mais os impactos da pandemia sobre mortalidade e internações”, observam os pesquisadores.

Em um país continental como o Brasil, com diversas realidades regionais, eles defendem a ampliação da vacinação, de forma a atingir as regiões com baixa cobertura. Além disso, chamam a atenção para a necessidade da continuidade do uso de máscaras em ambientes fechados.

Outro desafio estratégico, de acordo com a análise, é a readequação do sistema de saúde. A orientação é aproveitar esse período de menor transmissão da Covid-19 para atender às demandas represadas durante as fases de alta de casos. Entre as iniciativas sugeridas estão também a capacitação profissional para atividades de vigilância e cuidado, o reforço da atenção primária de saúde e o atendimento de síndromes pós-Covid-19.

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