“Saiu por uma porta, dentro de um caixão”, disse Monara que gravou vídeo relatando a denúncia. Relato é emocionante e assustador. Mulheres falam que unidade é “açougue”
Em 6 de setembro, Monara Oliveira, uma jovem gestante de Nova Friburgo, viveu uma tragédia no momento mais aguardado de sua vida. Ao entrar em trabalho de parto das suas filhas gêmeas – Maitê e Maria Alice – com 32 semanas de gestação, ela enfrentou uma situação dramática no Hospital Maternidade e resolveu gravar um vídeo de denúncia, que foi amplamente compartilhado nas redes sociais.
De acordo com o relato de Monara, sua gestação foi tranquila até o parto prematuro. Amparada pela Lei Rebeca, que assegura à gestante o direito de escolher a via de parto, ela optou por uma cesariana. No entanto, segundo Monara, a equipe médica do hospital teria negado sua escolha, insistindo no parto normal como a melhor opção para o desenvolvimento dos pulmões das bebês.
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Monara relata que passou cerca de sete horas em trabalho de parto, sentindo fortes dores e pedindo a todo momento pela realização da cesárea. “Eu estava exausta e com muita dor, mas eles insistiam que o parto normal seria melhor para as minhas filhas”, afirmou. Após horas de sofrimento, o pedido pela cesariana foi finalmente atendido. No entanto, ao nascerem, as duas bebês estavam com “coloração roxa”, o que preocupou Monara e sua irmã, que a acompanhava.
Por volta das 12h, Monara foi informada que as meninas haviam nascido saudáveis. Porém, apenas 35 minutos depois, uma das filhas, Maitê, faleceu. “Eles disseram que elas estavam bem, mas logo depois vieram me dizer que a Maitê havia morrido. Foi um choque enorme”, desabafou Monara. A outra bebê, cujo nome não foi divulgado, foi diagnosticada com uma infecção e transferida para uma unidade hospitalar no Rio de Janeiro, onde permanece internada.
Ainda segundo a mãe, a equipe médica não soube explicar o que aconteceu. Por segurança, os médicos recomendaram que Monara também ficasse internada para exames. Além da dor da perda, Monara contou que enfrentou problemas burocráticos no hospital, tendo que refazer o registro de nascimento das gêmeas devido a informações incorretas fornecidas pela maternidade.
Monara acusa o Hospital Maternidade de negligência, afirmando que o prolongado tempo de trabalho de parto com a bolsa estourada foi determinante para o sofrimento de suas filhas. “Apesar de terem nascido prematuras, elas saíram perfeitas e saudáveis da minha barriga”, disse Monara, que lamenta profundamente o ocorrido. “Por uma porta saiu um caixão. Por outra, saí eu e minha outra filha de ambulância. Eu não peguei as minhas filhas no colo.”
Após a divulgação do vídeo de Monara, dezenas de mulheres se manifestaram nas redes sociais, denunciando maus-tratos e relatando experiências difíceis no Hospital Maternidade de Nova Friburgo. Algumas compartilharam que enfrentaram complicações graves durante o parto, enquanto outras relataram a perda de seus filhos, acusando a unidade de negligência. Entre os depoimentos, uma mulher chegou a afirmar que o Hospital Maternidade “é um açougue”, reforçando a gravidade das denúncias sobre o atendimento prestado.
O EcoSerrano entrou em contato com o Prefeito Johnny Maycon e com o Secretário de Saúde, Gabriel Wenderroschy, para obter uma nota e esclarecimentos sobre a denúncia. Não houve resposta até o fechamento da reportagem.
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